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Distribuição de samambaias na Amazônia depende do solo e não da distância geográfica

Novo estudo sobre distribuição de samambaias em grande escala, capa da revista Biotropica, revela potencial de integração entre sítios RAPELD na Amazônia.

 Didymochlaena truncatula, foto da capa da revista Biotropica de novembro de 2012.

Acaba de ser publicado um artigo sobre padrões de distribuição de samambaias na edição de novembro de 2012 da revista Biotropica. Além de contribuir para a compreensão dos fatores que determinam ocorrências das espécies na Amazônia, é um exemplo prático de integração de dados coletados de forma padronizada em estudos de padrões e processos biológicos. Esta é a primeira publicação gerada a partir de dados integrados de vários sítios RAPELD na Amazônia brasileira.

O trabalho foi feito com base em dados de 109 parcelas do PPBio, localizadas nas grades do Uatumã e do Viruá, e dos módulos do PDBFF e um módulo da BR-319. “O solo é o principal fator que determina o estabelecimento das samambaias e as distâncias geográficas entre os locais estudados não influenciaram a composição das espécies”, destaca Zuquim. Isso provavelmente significa que os esporos de samambaias estão por toda parte na Amazônia, sem limitação por dispersão.

O estudo foi elaborado pela pesquisadora do PPBio Gabriela Zuquim (e aluna de doutorado da Universidade de Turku, Finlândia) junto a colaboradores do INPA, do Instituto de Botânica de São Paulo e da universidade finlandesa. 

 

Localização dos sítios de amostragem à esquerda e das 109 parcelas na Amazônia à direita.

Samambaias são plantas interessantes para se estudar padrões de distribuição porque respondem fortemente à qualidade do solo e têm enorme capacidade de dispersão, de modo que a distribuição está relacionada com fatores ambientais locais. Elas são fáceis de amostrar, podem ser identificadas em grande parte por caracteres vegetativos e são indicadores sensíveis de poluição, luz, solo e disponibilidade de água no solo, sendo um dos grupos com potencial para serem usados como indicadores em monitoramentos ambientais. Seguindo uma tendência crescente em disponibilizar os dados brutos para serem reutilizados para outros fins, todos os metadados e dados utilizados neste estudo estão disponíveis no Repositório de Dados do PPBio. Além disso, um guia de identificação do PPBio recentemente foi produzido pelos autores e permite a identificação da maioria das espécies em toda a Amazônia brasileira. 

Para acessar o artigo:

Zuquim, G., Tuomisto, H., Costa, F. R. C., Prado, J., Magnusson, W. E., Pimentel, T., Braga-Neto, R. & Figueiredo, F. O. G. 2012. Broad Scale Distribution of Ferns and Lycophytes along Environmental Gradients in Central and Northern Amazonia, Brazil. Biotropica 44:752-762.

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1744-7429.2012.00880.x/abstract

Para acessar o guia: 

Zuquim, G., Costa, F. R. C., Prado, J. & Tuomisto, H. Guia de identificação das samambaias e licófitas da REBIO Uatumã, Amazônia Central. Manaus: Áttema Design Editorial, 2008. 321 p. 

http://ppbio.inpa.gov.br/sites/default/files/GuiaSamambaiasUatumaFINAL.pdf

Para acessar o repositório de dados do PPBio: 

Programa de Pesquisa em Biodiversicade (PPBio). 2012. Repositório de dados do PPBio. http://ppbio.inpa.gov.br/repositorio/dados. Date of extraction [dd,mm,yyyy]. 
 
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