O objetivo do Componente Inventários é consolidar e disponibilizar informações oriundas de levantamentos biológicos na Amazônia. Os levantamentos padronizados do programa seguem o método RAPELD descrito a seguir, mas o portal PPBio também disponibiliza dados sobre outros programas de pesquisa ecológica de longa duração desde que a qualidade dos metadados permita que a metodologia seja replicada em outros sítios. São também disponibilizados dados sobre levantamentos RAPELD independente dos recursos ou instituição responsável pelos levantamentos.
Técnicas de levantamentos da biota devem ser viáveis financeiramente. Diversas técnicas foram elaboradas para levantamentos de grupos taxonômicos ou funcionais específicos e, muitas delas são eficientes para um ou alguns grupos. No entanto, a soma de custos para todos os grupos torna levantamentos integrados de toda a biodiversidade usando essas técnicas financeiramente inviáveis.
Levantamentos de um número limitado de grupos taxonômicos não leva a decisões eficazes em manejo porque esses levantamentos não satisfazem às demandas, ao mesmo tempo em que não são uma opção politicamente viável. Há muitas partes interessadas em biodiversidade, como comunidades locais, profissionais envolvidos com manejo de fauna silvestre, manejo de pesca e com manejo florestal, laboratórios farmacêuticos, cientistas, conservacionistas, autoridades envolvidas com manejo de bacias hidrográficas, prefeituras e políticos, só para citar alguns.
Levantamentos de biodiversidade de longo prazo precisam fornecer a informação demandada pelo máximo possível desses usuários. Portanto, para ser eficaz e eficiente, um sistema combinado de levantamento e monitoramento deve ser incluído em um programa integrado de biodiversidade. Já existe um consenso que Sítios de Projetos Ecológicos de Longa Duração (LTER) é a sigla em inglês para a rede internacional – International Long Term Ecological Research) são necessários para compreender e manejar ecossistemas. O Brasil instituiu um sistema nacional chamado PELD (Pesquisas Ecológicas de Longa Duração ou '' Pesquisas Ecológicas de Longo Prazo '').
Até recentemente, os sites LTER foram distribuídos perto de instituições de ensino (universidades e centros de investigação) com longas tradições de pesquisa em uma variedade de ecossistemas, especialmente no sul e sudeste do Brasil. Estes sites resultaram em enormes quantidades de pesquisas de alta qualidade. Mas, a sua distribuição, desde a cobertura desigual entre Brasil e significava a maioria das pesquisas estava acontecendo em regiões de renda mais alta. Como em outros sites LTER em todo o mundo, PELD estabeleceram sites com agendas de pesquisas amplamente independentes. Como resultado, houve pouca ou nenhuma padronização de metodologias, que muitas vezes dificultou a comparação dos resultados obtidos a partir de diferentes locais (Belovsky et al., 2004).