Programa de apoio a Núcleos de Excelência - PRONEX

Planejamento de levantamentos da biodiversidade e monitoramento de processos ecossistêmicos para inclusão científica de comunidades rurais ao longo da BR 319 no estado do Amazonas, PRONEX FAPEAM/CNPq.

As pesquisas sobre a biodiversidade na região da BR-319 já vem sendo desenvolvidas desde 2000, inicialmente com apoio do CNPq, e a partir de 2004 por meio do projeto “Estudo da diversidade beta de uma comunidade vegetal ao longo do interflúvio Purus-Madeira para determinar áreas prioritárias para a conservação”, auxílio 542/2004 da FAPEAM. Durante este período, foram feitos contatos com os moradores locais, que nos deram abrigo durante as estadias em campo. Moradores e estudantes da região foram treinados para auxiliarem em vários tipos de levantamentos da biodiversidade (fotos).
 
 
 
O projeto PRONEX FAPEAM/CNPq propõe módulos de amostragem seguindo as diretrizes do Programa de Pesquisas em Biodiversidade – PPBio criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT para aumentar a eficiência de estudos de monitoramento de biodiversidade e criar laços entre os pesquisadores, os setores produtivos, e as pessoas locais que devem ser os usuários da biodiversidade. Com recursos anteiores, foram instaladas 4 unidades piloto de amostragem, entre os km 83 e 260 (veja em módulos BR-319) que geraram dados preliminares para o planejamento do PRONEX. O PRONEX tem por objetivo instalar 11 módulos (ver ilustração) para pesquisa da biodiversidade ao longo de toda a BR-319. Cada módulo será formado por um conjunto padronizado de trilhas associadas a parcelas terrestres uniformemente distribuídas e parcelas ripárias e aquáticas associadas aos igarapés que cortam as trilhas (ver em modular). Nos módulos serão conduzidos inventários da biodiversidade, acompanhamento do crescimento e mortalidade de árvores, estudos da dinâmica populacional de espécies de interesse, cadéia trófica e estudos da hidrologia e emissão de gases. Estes estudos permitirão entender:
 
1) a distribuição da biodiversidade, para planejar a conservação;
2) os estoques de carbono, e portanto determinar o valor dos créditos de carbono pela manutenção da floresta;
3) distribuição, abundancia e dinâmica de espécies de interesse comercial, para as atividades de bioprospecção e para determinar as estratégias de manejo;
4) entender o funcionamento do ecossistema, para entender e amenizar impactos decorrentes do uso da terra.
 
O envolvimento com a comunidade se dera em vários níveis, sendo o principal deles o de capacitação. Esta ocorrerá através de cursos formais, p. ex. de identificação de espécies, de técnicas de medição de árvores, etc., e do contato e trabalho em conjunto com os pesquisadores e estudantes. Pretende-se que cada comunidade residindo próxima a um sítio de pesquisa seja responsável pela manutenção deste sítio, o que garantirá renda, e a inclusãoda comunidade nas discussões sobre as decisões de uso e conservação da floresta. A manutenção dos sítios de pesquisa envolve atividades de fluxo contínuo, como medidas de crescimento, coleta de água, coleta de gases, etc, e portanto, pretendemos conseguir que o programa Bolsa Floresta do governo do estado beneficie as comunidades envolvidas no projeto, como forma de retribuição pelo serviço em prol da conservação. Estudantes de graduação e pós-graduação estiveram ligados ao projeto desde a fase pioneira, e foram responsáveis por várias pesquisas já finalizadas, sobre sapos (Graziela M Biavati): Aspectos da biologia e da dinâmica populacional em cinco espécies de dendrobatídeos (Amphibia:Anura) na Amazônia Central. 2006. Dissertação de mestrado (Biologia (Ecologia)) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), jacarés (Robinson Botero). Padrões de Movimento, Uso de Microhábitat e Dieta do Jacaré-Paguá, Paleosuchus palpebrosus (Crocodilia: Alligatoridae), em uma Floresta de Paleovárzea ao Sul do Rio Solimões, Amazônia Central, Brasil). 2007. Dissertação de mestrado (Biologia (Ecologia)) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), ervas, arbustos e palmeiras. Estes estudantes junto com seus orientadores não apenas executaram seus projetos, mas treinaram moradores locais em várias técnicas para estudo da biodiversidade. No PRONEX aprovado, pretendemos continuar com o mesmo tipo de atividades.