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Para preservar primatas ao norte do rio Negro, megareservas precisam ser superiores a um milhão de hectares

Estudo na grade do PPBio do PARNA Viruá permitiu entender a dinâmica das populações de primatas nos mosaicos vegetacionais da região e suas implicações para conservação.

Grade de 25 km2 do PPBio no PARNA Viruá mostrando a distribuição dos tipos florestais: (a) Terra Firme (utilizada por todos os primatas, mas que é o ambiente menos frequente do cenário), e (b) a Campina (menos utilizada pelos primatas - apenas uma espécie, mas que é o ambiente mais frequente).

 Crédito das pranchas dos primatas: Marcelo Luna.

 

Artigo publicado na edição de novembro de 2012 da revista Biotropica sobre riqueza e abundância de primatas ao norte do rio negro é um exemplo de como as grades de 25 km2 do PPBio aperfeiçoaram estudos de populações de primatas à nível de paisagem e consequentemente contribuíram para sua conservação.

O trabalho mostrou que a bacia do rio Negro é coberta por áreas contínuas com grande potencial de conservação, mas são virtualmente vazias de primatas, porque são inapropriadas para a maioria das espécies. Isto tem importantes conseqüências para o design de reservas e para as predições das conseqüências das mudanças climáticas, as quais tendem a ser baseadas em amplas categorias de habitat a partir de imagens de satélites. Isto sugere que parques e reservas no noroeste da Amazônia terão que ser muito maiores do que se tem proposto para manterem populações mínimas viáveis.

Localização do PARNA Viruá, em Roraima, norte da Amazônia Brasileira, mostrando a localização da grade do PPBio e a distribuição dos tipos florestais, o que exemplifica a sua distribuição na bacia do rio negro.

O estudo foi realizado por A. R. Mendes Pontes, professor da UFPE, quando realizava seu pós-doc. no INPA - PPBio entre 2006 e 2007, sob supervisão de W. E. Magnusson, quando calibraram os métodos de amostragem de mamíferos (http://ppbio.inpa.gov.br/Port/inventarios/ducke/PPBioMamifProto.pdf) no PARNA Viruá, na ESEC Maracá e na Reserva Ducke. Contaram ainda com a colaboração de M. D. de Paula, do Depto. de Botânica da UFPE.

Seguindo uma tendência crescente em disponibilizar os dados brutos para serem reutilizados para outros fins, os metadados e dados utilizados neste estudo estão disponíveis no Repositório de Dados do PPBio. Além disso, publicaram um capítulo sobre mamíferos no livro Reserva Ducke - A biodiversidade amazônica através de uma grade. 


Para acessar o artigo:
Mendes Pontes, A. R., Paula, M. D., Magnusson, E. W. 2012. Low Primate Diversity and Abundance in Northern Amazonia and its Implications for Conservation. Biotropica 44(6): 834–839.
 
Para acessar o livro: 
Reserva Ducke - A biodiversidade amazônica através de uma grade. Organizadores: Márcio L. Oliveira, Fabrício B. Baccaro, Ricardo Braga-Neto e William Magnusson. Áttema Design Editorial, Manaus, 2008. 174 p. ​
 
Para acessar o repositório de dados do PPBio: 
Programa de Pesquisa em Biodiversicade (PPBio). 2012. Repositório de dados do PPBio.http://ppbio.inpa.gov.br/repositorio/dados. Date of extraction [dd,mm,yyyy]. 
 
Veja também:
 
Artigos PPBio/CENBAM e projetos parceiros: http://ppbio.inpa.gov.br/artigos
Receba o Informativo PPBio: http://ppbio.inpa.gov.br/informativo
 

 

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