Cupins são detritívoros abundantes nos trópicos, e afetam a estrutura física dos ecossistemas ao movimentarem o solo para construção de ninhos e forrageio. Entretanto, o efeito do solo sobre a abundância de cupins é pouco compreendido.
No artigo intitulado “Linking functional trade-offs, population limitation and size structure: termites under soil heterogeneity”, publicado recentemente na revista Basic and Applied Ecology, pesquisadores do INCT CENBAM investigaram relações entre atributos populacionais de cupins e a textura do solo, e como estas relações variam entre espécies, em uma paisagem de floresta primária próxima à Manaus, Amazonas.
O principal achado foi que espécies que constroem ninhos mais mineralizados foram mais abundantes em solos mais argilosos, os quais servem de cimento para construção, enquanto que espécies que constroem ninhos mais orgânicos foram mais abundantes em solos mais arenosos, onde a abertura de tuneis para forrageio é mais fácil.
“Experimentos indicam que a nidificação e o forrageio de cupins ocorrem melhor em solos diferentes. Assim, a abundância de cada espécie parece refletir um equilíbrio particular entre estas demandas conflitantes” explica Pedro Pequeno (PPG Ecologia - INPA), primeiro autor do artigo.
O estudo propõe uma nova hipótese que ajuda a explicar e prever como cupins estão distribuídos em florestas tropicais, algo crucial para quantificar o impacto desses animais sobre os ecossistemas.
O artigo pode ser acessado em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1439179115000407