A versão impressa do
Reserva Ducke - A biodiversidade amazônica através de uma grade, organizado por Márcio L. Oliveira, Fabrício B. Baccaro, Ricardo Braga-Neto e William Magnusson,
lançada na última semana no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia está disponível para venda com o pesquisador Márcio Oliveira no prédio da Entomologia, INPA campus II, 2o. piso ou no escritório do PPBio/CENBAM, também no INPA campus II, com Maria Aparecida Freitas. Valor: R$ 35,00.
Desde 1963, a Reserva Ducke destina-se a proteger 10.000 hectares de florestas de terra-firme no coração da Amazônia Central. Curiosamente, embora a reserva não faça parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC), sua história representa um exemplo notório sobre a conservação da biodiversidade no Brasil, pois sua existência vem impedindo firmemente o avanço do desmatamento causado pela expansão urbana de Manaus há duas décadas. Além dos efeitos negativos da pressão de caça e desmatamento, a proximidade com a cidade e seus centros de pesquisa favoreceu o desenvolvimento de uma grande quantidade de estudos científicos, principalmente por pesquisadores vinculados ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA), responsável por sua existência e gestão. A reserva se tornou um grande laboratório natural em uma florestal tropical, onde dezenas de estudos taxonômicos e ecológicos foram realizados. Árvores, sapos, primatas, peixes, lagartos, palmeiras, samambaias, formigas, aranhas, ácaros e fungos, dentre muitos outros, foram estudados em profundidade. Entretanto, os estudos iniciais visitaram apenas uma pequena área da reserva (cerca de 20 %). Por volta do ano 2000, foi proposto um sistema que permitiu aos pesquisadores ampliar muito a extensão da área de amostragem, num panorama de integração dos resultados. O sistema consistiu em instalar trilhas de 8 km de extensão na floresta, formando uma
grade quadriculada de 64 km2 que cobre praticamente toda a extensão da Reserva Ducke.
O sistema de trilhas permitiu o acesso a ambientes terrestres, ripários e aquáticos distribuídos por toda a reserva. Conforme os estudos foram realizados, muitas espécies que não haviam sido registradas anteriormente foram descobertas, reforçando a idéia que é importante obter informações sobre a biodiversidade em uma área grande, que tende a incluir mais variação nas condições ambientais. Foi justamente dessa experiência desenvolvida na Reserva Ducke que surgiu o sistema
RAPELD adotado pelo PPBio, que está sendo aplicado em diferentes regiões da Amazônia, do Brasil e do mundo.
A obra havia sido publicada inicialmente em 2008 na forma de CD-ROM (disponível para download no portal PPBio -
(veja aqui a notícia)
, juntamente com o
Guia de Sapos e o Guia de Lagartos da Reserva Ducke. Agora, a obra foi impressa pela
Editora Inpa e nela vamos encontrar em liguagem simples, os resultados dos trabalhos de diversos pesquisadores realizados naquela reserva, sendo importante ressaltar o número de espécies animais e vegetais que passamos a conhecer depois que nela foi implementada uma
grade de trilhas que permitiu acesso a todos os setores da reserva. Ao final de cada capítulo existe uma seção intitulada Implicações Conservacionista de onde os leitores poderão conferir a importância da reserva Ducke na preservação de diversas espécies.