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PPBio participa de um seminário do MMA sobre modelagem de perda de biodiversidade

Entre 24 e 26 de março de 2009, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) promoveu um seminário sobre modelagem no Solar da Imperatriz no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

No evento foi apresentada a ferramenta GLOBIO 3, um modelo desenvolvido pela Agência Holandesa de Avaliação Ambiental (PBL) cuja proposta é traduzir dados sobre biodiversidade em indicadores para tomadores de decisão. Basicamente, esse modelo pretende fornecer resultados quantitativos para embasar negociações no governo para ajudar a orientar políticas públicas de conservação no nível nacional e dos biomas.

O evento foi oportuno para orientar algumas ações do PPBio ao reconhecer necessidades do MMA quanto à demanda de informações sobre a biodiversidade e impactos antrópicos. Os desafios científicos do setor acadêmico são fornecer informações sobre redução populacional e/ou extinções de espécies em grandes áreas, que serão utilizadas para fazer predições, reduzir incertezas e oferecer soluções para minimizar a perda de espécies decorrente de impactos antrópicos como desmatamento, fragmentação de ecossistemas, aquecimento global e deposição de nitrogênio, dentre outros.

Dezenas de participantes vindos de vários institutos de pesquisa, órgãos do governo e ONG’s discutiram e avaliaram a efetividade da aplicação do GLOBIO 3 para ajudar a orientar políticas públicas de conservação. O modelo é baseado na avaliação dos impactos sobre um parâmetro relacionado com a abundância média de espécies, um fato bastante criticado. Segundo Carlos Scaramussa (WWF), primeiramente é necessário avaliar qual é a abrangência dos dados disponíveis sobre biodiversidade no Brasil que podem ser usados para compor os índices de perda de biodiversidade de acordo com cada tipo de impacto. Existe uma diferença muito evidente na disponibilidade de informações sobre a biodiversidade em relação às regiões do país e a Amazônia é um dos biomas mais carentes.

Embora ainda haja carência em relação à abrangência geográfica dos dados na Amazônia, alguns resultados de qualidade como os gerados pelo PDBFF e pelo PPBio podem alimentar o modelo na região. Segundo Bráulio Dias, diretor de conservação da biodiversidade do MMA, os resultados do PPBio Amazônia vão permitir calibrar os índices de perda de biodiversidade. Isso é particularmente promissor na região Norte porque os mesmos métodos usados pelo PPBio nos sítios de pesquisa permanentes estão sendo adotados pelo IBAMA em Estudos de Impacto Ambiental em licenciamentos de obras do PAC, permitindo acumular informações sobre parâmetros populacionais das espécies em áreas preservadas e impactadas.