Identificar samambaias da Amazônia pode ser fácil

Foi lançada essa semana uma ferramenta online para identificação de samambaias da Amazônia. Tratam-se de chaves multi-entradas com características e fotos de mais 250 espécies amazônicas.

A coordenadora do projeto Dra. Hanna Tuomisto explica: “A motivação para fazermos a chave é que as espécies de samambaias podem ser utilizadas como indicadores de propriedades do solo e padrões florísticos. Essas informações são valiosas para mapeamento de tipos florestais e conservação da biodiversidade na Amazônia. Porém, a maioria das pessoas interessadas em utilizar as espécies como indicadoras não são especialistas em samambaias”.

Chaves multi-entradas são fáceis de serem utilizadas. Podem incluir um número quase ilimitado de fotos tiradas em campo e em herbário, o que facilita a tarefa de identificação por comparação. Além disso, permitem que o identificador escolha as características mais fáceis da planta para utilizar na identificação. “Se o identificador tem em mãos uma planta estéril (sem soros), ele pode pular as perguntas sobre as folhas reprodutivas. Nas tradicionais chaves dicotômicas, ele não poderia prosseguir a identificação” explica o Dr. Jefferson Prado, especialista em samambaias. Para a Dra. Gabriela Zuquim outra vantagem é que detalhes da chave online podem ser atualizado continuamente “Este ano, por exemplo, três novas espécies do gênero Metaxya foram descritas (Cardenas et al. 2016) e as incluímos imediatamente”.

A chave foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Turku (Finlândia), INPA-PPBio e Instituto de Botânica de São Paulo. Está baseada no Guia de identificação de samambaias da REBio do Uatumã lançado em 2008 que incluía apenas espécies de uma região da Amazônia central. A chave em versão digital expandiu a área de abrangência e abraçou a Amazônia toda. Para a Dra. Gabriela Zuquim “os inventários e coletas nos sítios PPBio foram importantes para que a lista de espécies a serem incluídas na chave fosse a mais completa possível.” O projeto foi financiado pela Academia da Finlândia. 

A chave foi testada em workshops no Peru, Brasil e Estados Unidos. Mesmo sem experiência em identificação de samambaias, alunos de mestrado do INPA foram capazes de identificar rapidamente ao menos 50% das samambaias observadas em uma expedição à reserva Ducke. A chave também está disponível através do link http://www.utu.fi/en/sites/amazon/publications/Pages/online-tools.aspx, que contém ainda um glossário dos termos usados.

Como citar:

Zuquim, G. Tuomisto, H. Prado, J. Cárdenas, G., Lehtonen, S. 2016. Amazonian ferns V1.1. Available at: http://keyserver.lucidcentral.org:8080/sandbox/user/keys.jsp

 

Texto: Gabriela Zuquim