Nota dos Autores

Mar. 24,2017

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Nota dos Autores

          Este Manual surgiu a partir de várias indagações feitas por vários pesquisadores de Manaus e do Amazonas: Porque os animais silvestres encontrados em Manaus possuem tantos carrapatos e de quais espécies?
 
          Sendo assim, a partir de 2011 iniciei uma linha de pesquisa denominada: Taxonomia de carrapatos ixodídeos em animais silvestres da Amazônia Central no Laboratório de Zoologia da UFAM onde sou Professor Adjunto em regime de Dedicação Exclusiva, desde 2006.
 
          Para tentar responder tal questão teríamos que, inicialmente, conhecer as espécies de carrapatos ixodídeos que eram encontrados em animais silvestres, bem como, as espécies de animais silvestres eles parasitavam. Esta fase inicial se tornou, por si só, um grande desafio porque após várias revisões bibliográficas, encontramos somente dois artigos científicos nesta área de conhecimento e eles somente davam ênfase em carrapatos de animais domésticos: Gordon & Young 1922 e Castro & Rafael, 2006.
 
          Além disso, apenas dois manuais de identificação tinham sido recentemente publicados: Guimarães et al. (2001) que já estava esgotado há anos em todas as editoras e Barros-Battesti et al. (2006) que também estava esgotado mas como nunca tinha sido colocado à venda (apenas distribuído gratuitamente), a dificuldade de encontra-lo seria bem maior. Além dessas publicações de grande relevância, apenas uma tese de doutorado tinha sido publicada com uma revisão para o gênero Amblyomma do Brasil, por Valéria Castilho Onófrio, do Laboratório de Parasitologia do Butantã de São Paulo, Capital. Após contato por e-mail e ela me enviou, gentilmente, um exemplar do livro de Barros-Battesti et al. (2006): Carrapatos de Importância Médico-Veterinária da Região Neotropical: Um guia ilustrado, para identificação de espécies.
 
          Este foi fator decisivo para que pudéssemos iniciar as investigações qualitativas de carrapatos em Manaus na época. A partir de então, em parceria com o Carlos Augusto Rodrigues do Nascimento, fizemos contato com várias instituições que trabalhavam diretamente com animais silvestres em Manaus. Desses contatos, surgiram duas grandes parcerias: 1. Com o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do IBAMA – Destacam-se aqui os Analistas Ambientais Natália Aparecida de Souza Lima e Diogo Cesar Lagroteria Oliveira Faria; 2. Com o CETAS do Refúgio de Vida Silvestre Sauim Castanheira (RVSSC) – Destaca-se aqui o Médico Veterinário Responsável – Laérzio Chiesorin Neto.
 
          Dentre os fragmentos florestais em que trabalhamos destacamos: Campus da UFAM da Capital, Parque Municipal do Mindu e Área Patrimonial do Aeroporto Internacional de Manaus.
 
          Com as parcerias concretizadas, passamos a desenvolver pequenos projetos de coleta de carrapatos em animais silvestres recebidos nos CETAS de Manaus. Como o projeto nunca teve financiamento oficial de órgãos de fomento, optamos por orientar alunos dentro do Programa de Iniciação Científica (PIBIC) oferecido pela Pro-Reitora de Pesquisa (PROPESP) da UFAM e na maioria das vezes bolsistas de estudo do CNPq e da FAPEAM para os alunos.
 
          Durante a fase inicial, foram realizados projetos com o principal objetivo de coletar os carrapatos nos hospedeiros que foram recebidos nos CETAS e, posteriormente, foram realizadas coletas em Fragmentos Florestais de Manaus na tentativa de coletar carrapatos adultos e imaturos. De uma forma ou de outra, a imensa maioria dos animais recebidos pelos CETAS provinham de fragmentos florestais de Manaus.
 
          A partir de 2014, aceitei o convite do Professor Doutor Marcelo Menin do Laboratório de Zoologia da UFAM, coordenador Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) onde pudemos ampliar as coletas especialmente na Fazenda Experimental da UFAM e na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RFAD).
 
          Este Manual representa o acúmulo das espécies coletadas durante os períodos relatados anteriormente que foi resultado de anos de coletas realizadas em vários fragmentos florestais que tem como principal objetivo auxiliar e facilitar a identificação as espécies de carrapatos ixodídeos.