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Daedalea quercina (L.) Pers. – Orelha-de-carvalho
Filo: Basidiomycota
Classe: Agaricomycetes
Ordem: Polyporales
Família: Fomitopsidaceae
Distribuição – História taxonômica – Etimologia – Identificação – Fontes de referência
Distribuição
Espécie amplamente distribuída nas regiões temperadas do Hemisfério Norte, frequentemente encontrada em áreas onde há carvalhos, seu principal hospedeiro. Também pode ocorrer em outras madeiras de árvores caducifólias, como castanheiras, embora com menor frequência.
História taxonômica
Originalmente descrita por Linnaeus em 1753 como Agaricus quercinus, foi posteriormente transferida para o gênero Daedalea por Persoon em 1801. Mais recentemente, estudos baseados em dados moleculares indicaram que essa espécie pertence ao gênero Fomitopsis, passando a ser chamada Fomitopsis quercina. Apesar da mudança, o nome tradicional Daedalea quercina ainda é amplamente utilizado.
Etimologia
O nome genérico Daedalea vem de Dédalo, o lendário arquiteto grego que construiu o labirinto de Creta. A referência é clara: os poros desse fungo, largos e sinuosos, lembram um labirinto. O epíteto específico quercina refere-se ao gênero Quercus (carvalhos), seu hospedeiro preferencial.
Identificação
Este poliporo perene apresenta corpo de frutificação em forma de prateleira ou semi-cone, com 4 a 20 cm de largura e até 8 cm de espessura. A superfície superior é aveludada quando jovem, em tons de creme a ocre, tornando-se mais dura e rugosa com a idade. O himênio é formado por tubos espessos, com poros largos que se assemelham a um labirinto, geralmente orientados radialmente.
Carne e poros
A carne é espessa, dura e de textura semelhante à cortiça. Os tubos medem até 4 cm de comprimento, e os poros são largos, geralmente com paredes espessas, variando em tonalidade do creme ao ocre, escurecendo com o tempo.
Esporos
Esporos elipsoidais, lisos e incolores, medindo 5–7 × 2–4 µm. Impressão esporádica branca.
Odor e sabor
Odor ligeiramente fúngico, sabor pouco distinto. Incomestível devido à textura muito dura.
Habitat e papel ecológico
Geralmente cresce solitário ou em camadas, sobre madeira morta (em pé ou caída) de carvalhos. Possui papel saprobiótico ou possivelmente parasítico, causando podridão parda no cerne da madeira.
Espécies semelhantes
Pode ser confundido com outros poliporos labirínticos quando jovem, como Daedaleopsis confragosa, que tem poros mais estreitos e paredes finas, ou Lenzites betulinus, que ocorre mais comumente em bétulas e tem poros mais lameliformes.
Curiosidades e usos
Antigamente usado como pente natural e, em algumas culturas, como afrodisíaco. Sua estrutura porosa também já foi usada como incenso para acalmar abelhas. Recentemente, tem sido estudado por seu potencial em processos de biorremediação, graças à produção de enzimas como a lacase. Um composto isolado deste fungo, a quercinol, demonstrou atividade anti-inflamatória.