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Estudo de pesquisadora do CENBAM ajuda distinguir os vetores de Leishmania

Lutzomyia umbratilis é um importante vetor de Leishmania guyanensis na região norte do Brasil e, possivelmente, em outros países do norte da América do Sul. Lutzomyia anduzei é um vetor secundário deste parasita. Estas espécies de flebótomos (Diptera: Psychodidae) apresentam elevada semelhança morfológica no estágio adulto e, portanto, erros de identificação ocorreram no passado e, ainda, ocorrem no presente, necessitando de um profissional especialista para identificá-las. A taxonomia integrada auxiliará na identificação precisa destas espécies.
 
Neste estudo, utilizamos sequências da região do DNA barcode (~650 pb iniciais do gene COI do DNAmt), objetivando obter informações sobre a taxonomia molecular e inferir preliminarmente as relações evolutivas destas espécies, para auxiliar na identificação precisa e melhor determinar o papel de cada uma na transmissão de leishmaniose. Este estudo avaliou ainda a eficiência deste fragmento (DNA barcode) para separar as duas linhagens genéticas previamente descritas para L.umbratilis.
 
Legenda da Figura: Female and male internal and external genitals of Lutzomyia umbratilis and Lutzomyia anduzei.A and B: Spermathecae of L. umbratilis and L. anduzei females, respectively; C and D: Aedeagi of L. umbratilis and L. anduzei males, respectively (upper left corners, showing the position of aedeagi regarding the parameres); E and F: Genital filaments apex of L. umbratilis and L. anduzei males, respectively. t.t.: terminal tubercles; i.d.: individual ducts; p: parameres; a: aedeagus; g.f.: genital filaments; g.p.: genital pumps. The arrows indicate in highlight the apex of the genital filaments. Bar = 20 μm.
 
As 118 sequências (de tamanho de 663 pb) resultaram em 67 haplótipos (32 para L. umbratilis e 35 para L. anduzei), sugerindo elevada diversidade haplotípica para as duas espécies. A distancia genética média (modelo de Kimura 2 Parâmetros) intra-específica foi 0,008 (0,002 a 0,010 para L. umbratilis; 0,008 a 0,014 para L. anduzei), enquanto a distancia média inter-específica foi 0,044 (0,041 a 0,046), suportando o “barcode gap”.  As relações filogenéticas indicaram que as duas espécies são monofiléticas e a região barcode pode ser utilizada para diferenciá-las. Contudo, os valores baixos de distancia genética sugerem que estas espécies são estreitamente relacionadas ou de origem evolutiva recente. A região barcode não foi eficiente para separar as duas linhagens genéticas de L. umbratilis, pois os resultados indicaram clados fracamente suportados e valores baixos de distancia genética, sugerindo que as duas linhagens podem representar espécies incipientes.
 
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