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Estudo em módulo de savana sugere que a longevidade do período de inundação possa ser utilizada como fator determinante de distinções florísticas e estruturais nas áreas de savana estudadas em Roraima

Áreas de savana ocupam cerca de 200.000 km2 ou 5% de todo o bioma Amazônia. Contudo, raros são os estudos sobre os fatores ambientais que determinam o padrão de ocorrência e a distribuição de comunidades de plantas nestes sistemas de vegetação aberta.
 
Na dissertação de mestrado “Fatores edáficos determinando composição, riqueza e cobertura de plantas na savana de Roraima”, a aluna Maria Aparecida de Moura Araújo (UFRR/PRONAT) investigou como fertilidade e textura do solo influenciam na riqueza e cobertura de grupos taxonômicos de plantas em habitats de savana sob diferentes regimes de longevidade de inundação em dois módulos de savana do PPBio em Roraima.

O principal resultado do estudo indicou que quanto maior a longevidade de inundação menor a riqueza total de plantas.

Nos ambientes comprometidos por problemas de drenagem, a cobertura dominante é do estrato herbáceo, com predomínio absoluto dos grupos taxonômicos Poaceae e Cyperaceae.

Ao contrário, habitats sem alagamento sazonal, possuem maior riqueza de espécies e cobertura de plantas mais equilibrada entre os estratos herbáceo e arbóreo-arbustivo. Contudo, nos habitats sem problemas de drenagem, o solo exposto alcançou valores superiores a 30% em ambientes com alta coesão e frequência de fogo.

O estudo aponta emergência na ampliação das investigações sobre como os fatores edáficos associados a longevidade do período de inundação afetam os padrões de ocorrência e a distribuição espacial de comunidades de plantas em savanas na Amazônia.

Estes ecossistemas vêm sofrendo rápidas alterações antropogênicas que comprometem os fatores ambientais que agem sobre a riqueza e a diversidade de plantas destas áreas de vegetação aberta da Amazônia.