Metadados Instalação de Parcelas Ripárias

Parcelas Ripárias
 
As parcelas ripárias são instaladas à margem de pequenos cursos d’água. Cada parcela ripária possui no mínimo 250 m de comprimento e é demarcada seguindo a margem direita do curso d'água em direção a sua nascente (montante). Essas parcelas são sempre instaladas do ponto onde a trilha principal da grade ou módulo cruza o curso d’água. A largura das parcelas é determinada conforme a largura do vale e de acordo com o grupo de organismos a serem estudados. Por exemplo, as parcelas para levantamentos de organismos aquáticos que utilizam corpos d’água temporários (pequenos alagados ou poças) apresentam larguras variadas devido à variação na forma dos vales.
 
Como instalar as parcelas ripárias
 
A demarcação da linha central das parcelas é feita por no mínimo duas pessoas e o material de campo essencial é:
 
  • Trena de 10 m;
  • Lanterna pequena e com feixe de luz que não se espalhe para todas as direções (para ajudar a visualização em locais muito fechados);
  • Barbante plástico/fitilho vermelho (ou de outra cor fácil de ver na floresta);
  • Canos de PVC de ½ polegada (50 cm de comprimento) com plaquetas de alumínio fixadas (ver foto abaixo). É necessário que seja utilizada outra forma de marcação em locais que são alagados pelo extravasamento dos corpos d'água causado por fortes chuvas e onde a água pode retirar os canos de marcação. Se o solo não for pedregoso, pode-se usar vergalhões de ferro enterrados até que fiquem bem firmes, ou no caso em que nao é possivel colocar piquetes de nenhum tipo, optar por marcar as árvores ao longo do percurso da parcela.
A linha de marcação da parcela é estabelecida por uma trilha para deslocamento dos pesquisadores. Essa trilha é instalada no mínimo a 1.5 metros do curso d'água para não afetar as plantas herbáceas nas margens e não comprometer a fauna aquática associada e, uma vez que estes grupos também são objetos de estudo.
 
A trilha tem no máximo 60 cm de largura, o centro é marcado por tubos enterrados (piquetes) a cada 10m ligados por barbante de plástico e as laterais são marcadas apenas por barbante plástico/fitilho vermelho. Os piquetes são feitos de tubos de PVC branco de 1/2 polegada de diâmetro e comprimento de 50 cm (20 cm enterrados e 30 cm acima da superfície do solo). Dependendo da inundação do terreno outros tipos de marcação, como as descritas acima deverão ser utilizadas.
 
Os segmentos entre dois piquetes centrais de marcação devem ser sempre retos. Por fim, cada piquete recebe uma placa de alumínio indicando a posição em mesmos ao longo da parcela (0, 10, 20, 30, ..., 250m). O início da parcela é definido a 10 m de distância da trilha principal de acesso (Figura 1).
 
O intuito da marcação é formar um corredor de deslocamento claramente indicado pela faixa central destacada e pelas duas linhas de fita vermelha. Essa alteração visa minimizar o pisoteio fora da trilha, que pode comprometer a amostragem de alguns grupos.
 
Os pesquisadores deverão percorrer a parcela utilizando estritamente as trilhas determinadas. Apenas os tubos da margem direita da trilha devem ser identificados com placas metálicas. Todas as faixas de amostragem referidas nos protocolos de coleta de organismos associados aos cursos d'água (ou ripários) são estabelecidas após o corredor de deslocamento.
 
 
 
Figura 1. Exemplo de parcela ripária instalada às margens de curso d’água.
 
 
Possíveis problemas
 
Ângulos entre piquetes menor ou igual a 70° (Figura 2): Dependendo do organismo a ser estudado, a parcela varia em sua largura. Por exemplo, para fungos de solo a parcela possui 25 cm de largura, e para árvores grandes (acima de 30 cm de DAP), 40 m. Quando a inclinação entre seguimentos (três piquetes) é menor do que 70° (Figura 2), a sobreposição entre a área amostrada (no caso de árvores grandes, por exemplo), é muito grande. Desse modo, foi estabelecido que uma inclinação igual ou menor que 70° não é aceitável. Quando isso ocorre, os piquetes que apresentaram inclinação demasiado pequena deverão ser ignorados e a distância que foi ignorada deverá ser compensada no final da parcela.
 
 
 

Figura 2. Possíveis problemas durante a implementação de parcelas de distribuição uniforme (parcelas ripárias). Apenas a linha central da parcela está representada. a - Curvas com inclinação menor ou igual a 70°.